terça-feira, 27 de setembro de 2016

Porque Cosme é meu amigo...


Na igreja católica, nessa data, comemora-se a festa dos santos que eram crianças e, em religiões de matriz africanas, faz-se o mesmo.
Lógico que tenho noção de que grande parte das pessoas que moraram na Casa da Infância, não são mais católicas.
Cabe a cada qual, seguir o que é do seu agrado e, longe de mim julgar a vontade alheia, a vida não me deu pedras, deu-me a tolerância.
A tolerância quem me deu mesmo, foram as freiras da Casa da Infância do Menino Jesus.
Puxando a memória, posso ver, misturados, véus brancos e turbantes, hábitos e batas, crucifixos e colares de contas...tudo isso na mesma cena.
Em dia de Cosme e Damião, as freiras se aprontavam com roupas de gala, os meninos vestiam a roupa da Liga e subiam na Kombi do seu Paulo e, na minha memória sempre vem o maior exemplo de tolerância religiosa da minha infância.
Num terreiro, que eu não me lembro o endereço, doces eram servidos aos meninos por filhas de santo gentis, enquanto o atabaque marcava o tom da festa.
Claro que os salgados e doces marcaram, porém, a coisa mais linda era o vento que trazia a primavera, que batia nos vestidos das mulheres presentes e, os panos brancos esvoaçavam iguais, mostrando que Deus é o mesmo, independente da religião que professem os seres de cores diferentes.

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